O que aprendi fotografando num kartódromo?
Minha primeira escola de fotografia começou na verdade com a idealização de um projeto audiovisual, um documentário sobre o kart amador capixaba, seria algo quase que totalmente independente, entretanto, o projeto acabou por não se desenvolver bem justamente por ter sido algo independente, sem captação de recursos, algo bem amador.

Querer produzir vídeos, filmes e documentários me levou ao erro, do meu ponto de vista atual em relação a minha própria vida, de iniciar estudos técnicos na área de Rádio e TV. Digo erro por conta daquilo que conheci ao longo dos dois meses de experiência que tive dentro desse curso. É óbvio que todos começam em algum lugar, mas ao ver que teria como primeiras oportunidades situações que limitariam minha criatividade, tive que fazer uma escolha e correr por minha própria conta até que descobrisse um novo caminho. Não se trata de conveniência ou conforto, se trata de fazer o que ama.

Penso que é através de tentativas que a gente conquista os objetivos, o esforço tem muito peso e alguns objetivos não eram visíveis antes dessa perda de tempo, portanto, tentar produzir um documentário sozinho me abriu os olhos para vislumbrar um mar de possibilidades dentro da comunicação visual, foi nesse caminho eu conheci a fotografia em janeiro de 2019, rápido assim.

Logo, ir ao kartódromo a partir de fevereiro de 2019 já não era só para produzir filmagens. Estava lá como um convidado, me enturmando aos poucos e aprendendo a fotografar. Estar presente como um convidado, como um amigo ou conhecido, me deu a oportunidade de errar quantas fotos fossem possíveis, de perder os melhores momentos, de borrar as fotos, de deixar claro demais ou escuro demais, fotografar torto, exagerar na edição, enfim, não tive muito talento no início e foi um verdadeiro show de horrores. Mas pude evoluir.

A base teórica daquilo que eu aplicava na prática da fotografia lá no kartódromo foi um conjunto de retalhos pegos pela internet, principalmente no YouTube. Essa base frágil me fez perder um pouco de tempo pois tive que separar sozinho o joio do trigo, mas, como eu tenho o costume de sistematizar e ordenar as coisas, além de uma grande curiosidade em aprender profundamente, não caí no erro de confiar em todas as informações, tive como filtro de qualidade procurar os professores e mestres que conheciam os clássicos e também aquilo que seria o essencial. Minha formação fotográfica, porém, não termina assim. Muito além do digital, busquei formação presencial e tive o prazer de tornar-me amigo de Rodger Savaris, com quem sempre aprendo novas coisas.

Mas o que mais aprendi no kartódromo com a fotografia foi valorizar todos que fizeram, fazem e farão parte do meu caminho.
